sábado, 27 de outubro de 2012

BIBLIOGRAFIA COMENTADA:
AGRICULTURA, DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E DESERTIFICAÇÃO NA REGIÃO DE IRECÊ-BA.

Elení Pereira Couto

Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise buscando a relação entre agricultura, degradação ambiental e desertificação no semi-árido, destacando a região de Irecê. Além deste objetivo apresenta-se o de identificar a relação existente entre a irrigação e a desertificação e manter diagnósticos atualizados sobre a realidade geográfica das áreas propensas à desertificação na região de Irecê.
Neste sentido, entende-se que os objetivos levantados buscam trabalhar de maneira a traçar inicialmente uma linha de entendimento de como acontece o fenômeno da degradação, quais fatores contribuem para o desencadeamento, a relação entre estes fatores potenciais de causa do fenômeno. Isso, na tentativa de aproximação específica das causas no intuito de propor possíveis saídas para ampliação das pesquisas e consequentemente buscar soluções mitigadoras para reduzir os impactos causados pela desertificação.
Percebe-se nesse trabalho que em um contexto geral o tema desertificação é datado desde o final dos anos 30, pois nessa época começam a surgir espaços com semelhanças de deserto, locais onde as similaridades de deserto se ampliavam. Dentro disso consta-se que o primeiro passo em relação a redução dos impactos da desertificação iniciou ao final da grande seca que assolou o Shael entre 1968 e 1974.

Em uma conjuntura mais próxima e específica fica notório que com o avanço da agricultura na região de Irecê, áreas palntadas até mesmo nas serras, e a prática de trabalhar o solo sem deixá-lo em períodos de “descanso”, acarreta o fenômeno que as vezes é mal interpretado. Ou seja, é recorrente não se relacionar o fato da desertificação com o mau uso do solo, mas relacioná-lo à seca. Neste contexto, ocorre que certas áreas encontram-se em processo de desertificação (ou mesmo desertificadas), e não se tem o entendimento real da dimensão desse fato, porque também há uma má compreensão de que uma área neste processo, necessariamente tem que “um deserto”.

Assim, é pertinente ressaltar a definição de desertificação, que é "a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas" (OLIVEIRA, APUD AGENDA 21 E DA CONVENÇÃO DA DESERTIFICAÇÃO). Logo, fica evidente que o fato tem alguns agravantes. Dentre eles nota-se que em um contexto amplo, que vai do geral ao específico, a ação humana tem impulsionado o processo que tende a aumentar, o que deixará muitas áreas praticamente sem remedição e consequentemente improdutivas se não houver medidas de educação e prática ambiental.   

Então, para que ocorra a desertificação muitos fatores vão contribuir. Pensando somente na questão econômica (histórica), no lucro exacerbado, implanta-se cultivos inapropriados para o tipo de solo e condições climáticas, desencadeando assim o problema. Os interesses econômicos, muitas vezes escusos são um entrave no que se refere ao planejamento de ações preventivas para o fenômeno da desertificação. Esses interesses levam ao uso inadequado do solo, que quando atingido pelos fatores naturais sofre danos as vezes irreparáveis.

A região de Irecê, por ter classificação semi-árida está bastante propensa ao problema da desertificação. E como dito anteriormente, a ação humana atrelada aos interesses econômicos dá vazão a esse acontecimento. Junta-se as condições climáticas com ações humanas movidas pelo lucro, formando um ambiente propício para o desenvolvimento do problema.

Dessa forma, compreende-se que o interesse econômico, o lucro também gera problemas e prejuízos de ordem econômica, pois com o uso inadequado do solo busca-se riquezas, mas o preço desta é a desertificação, a qual acarreta baixa ou nenhuma produção, além de demandar um gasto significativo para a recuperação das áreas afetadas. Isto irá refletir negativamente na questão econômica e consequentemente na social. Paga-se um preço alto por ações que se arrastam historicamente sem soluções efetivas.


REFERÊNCIA

OLIVEIRA, Carlos Ney Nascimento de. Agricultura, Degradação Ambiental e Desertificação na Região de Irecê-Ba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário