terça-feira, 6 de novembro de 2012

A pesquisa e a nova consciência global.


Texto escrito por; 
Edvania Bezerra de Lima

Principais temas inclusos no texto: 
  • Conceitos de pesquisa
  • Elaboração sistemática do conhecimento
  • Relação histórica do conhecimento desde antiguidade até  para humanidade.
  • A relação do homem primitivo com o homem moderno diante do meio ambiente.
  • A nova consciência global e a ética ecologia.

Pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. È a busca, ilimitada e sem preconceitos, da sistematização do conhecimento em qualquer área, e a verificação sistemática, através de experimentos planejados, controlados, objetivos e rigorosos, de hipóteses e teorias, com o objetivo final de explicar os fatos, descobrir algo ou ampliar dados já registrados na literatura.
Para (GIL, 1996) a pesquisa é um Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. (. . . ) A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização  cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos (. . . ) ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados. Minayo (1993, p.23), vendo por um prisma mais filosófico, considera a pesquisa como “atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados”. Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana considerando-a como uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”.
A pesquisa também pode ser definida como atividades orientadas e planejadas, que consiste na execução de um conjunto de ações e de estratégias planejadas no projeto de pesquisa, integradas e harmonizadas seqüencialmente, para a geração de conhecimento original. E tem como objetivo fundamental descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos e é realizada quando se tem um problema e não se tem informações para solucioná-lo.
É basicamente um processo de aprendizagem e conhecimento  tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.
Na historia da humanidade é possível observar que a pesquisa sempre esteve relacionada  a construção do conhecimento da ciência seguindo várias visões e métodos. Na antiguidade o conhecimento formou-se através de  uma ciência baseada em opiniões, ironia e observações e assim muitos filósofos gregos deixaram algumas contribuições, os quais conseguiram estabelecer a diferença entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual, entre aparência e essência, entre opinião e saber e estabeleceram regras da lógica pra se chegar à verdade.
No período da Idade Média, muitas afirmações filosóficas sofreram vários impedimentos por parte da Igreja Católica que impunha sua autoridade, influindo em toda sociedade. Qualquer tentativa de contrariar suas doutrinas era perseguida e discriminada. Apesar disso, é importante observar que as poucas descobertas e teorias que surgiram nesta época tiveram grande relevância para desenvolvimento da humanidade, provocando uma mudança de mentalidade, no sentido de dissociar a ciência da religião, que estavam intimamente ligadas, do mesmo modo que a ciência também estava associada à magia e à alquimia. Teorias que aí surgiram serviram de base para cientistas, que vieram depois, realizarem grandes descobertas, como por exemplo, a junção dos princípios básicos do conhecimento, de Ramon Lull, que deram condições a Einstein para, mais tarde, desenvolver suas fórmulas universais.
Com o surgimento da Renascença, verificamos a mudança de atitude do homem em relação à ciência, que começa a deixar o ascetismo, características da Idade Média, passando a reconhecer a importância do homem e a sua relação com o mundo natural. Dentro deste contexto, surgem as grandes navegações e a criação da imprensa, que serviu para divulgar as novas descobertas e difundir o pensamento renascentista, desafiando os domínios da Igreja e possibilitando assim a ruptura entre a ciência e a religião. O século XIX se caracterizou por grande desenvolvimento de todos os ramos da ciência e o surgimento das sociedades científicas especializadas. A ciência também passou a ter um aspecto mais público, conforme as conferências e livros científicos foram se tornando mais populares, mostrando às pessoas a importância da ciência na vida diária.
Hoje observa-se que as descobertas científicas se aceleraram e um número maior de cientistas passou a trabalhar pelo desenvolvimento da tecnologia, facilitando novas descobertas para a ciência. É importante salientar que este é um processo contínuo e que novos métodos científicos estão sendo aprimorados, numa constante busca de novas teorias do conhecimento.
 Com a evolução da raça humana, notaram-se importantes avanços na tecnologia das ferramentas, o rápido crescimento desta população, e o agrupamento social em habitações.
As comunidades humanas primitivas retiravam da natureza praticamente apenas o necessário à sua reprodução. Além disso, utilizavam-se basicamente de recursos renováveis através da coleta, da caça e da lavoura em pequena escala. Desta forma, deixavam intactas as bases do funcionamento dos ecossistemas. As sociedades pré-capitalistas mais desenvolvidas não comprometiam de forma generalizada o equilíbrio do meio ambiente, pois possuíam um pequeno desenvolvimento produtivo e populacional, embora já tivessem um significativo avanço urbano e comercial. Os impactos ambientais eram locais e pequenos.
Na Idade Média, a ruralização da economia não ameaçava a sobrevivência dos sistemas naturais. Há registros de desflorestamento e poluição do ar devido às fundições e à queima de carvão.
A Revolução Industrial, ocorrida nos séculos XVIII e XIX, estabelece a necessidade social da expansão permanente do mercado, como forma de garantir a acumulação de capital que realimenta a economia capitalista. Foi a partir desta época que começou-se a consumir aceleradamente os recursos naturais não-renováveis, como os minérios e combustíveis fósseis. Os recursos naturais (animais e vegetais) continuaram a ser muito explorados, surgindo a contínua extinção de espécies. Outros recursos passam a ser ameaçados em grande escala pela primeira vez, como o ar, o solo e a água. Surgem novos tipos de poluição: a sonora, a térmica, a visual e a radioativa.
No século XX, surge a figura da "obsolescência planejada", em que incentiva o consumo constante das inovações tecnológicas que surgem a cada instante. Esse conceito se expande também para o nível cultural, causando mudanças nos costumes como mais uma forma de incentivo do consumo. A questão tecnológica apresenta-se também como outro fator importante na questão ambiental. A tecnologia é o reflexo do modelo sócio-econômico e se desenvolve segundo os seus princípios. Neste sentido, as soluções tecnológicas produzidas no contexto de crescimento ilimitado também geram problemas para a sobrevivência dos sistemas naturais.
A preservação do meio ambiente, desde o início deste século, deixou de ser tratada como um assunto de um grupo pequeno de pessoas que alertavam para a necessidade de se preservar o maior bem da vida, fonte de energia dos habitantes deste planeta. Devemos ter consciência que a natureza nos ensina, e que tudo o que necessitamos está disponível, restando apenas a nós a sabedoria de encontrar as formas equilibradas para prover as nossas necessidades sem provocar o esgotamento da fonte, pois são suficientes para a solução das necessidades não só da espécie humana, mas também de todos os seres vivos. Isso requer uma mudança radical na forma de enxergar os elementos naturais. Como somos tripulantes de uma mesma nave temos que conviver com os mais diversos posicionamentos de como utilizar as nossa fonte de energia, bem como a forma de encarar as dádivas que ela nos proporciona.  Tratar o meio ambiente de forma mais racional é reconhecer que todos os habitantes do planeta dependem de energia para sua sobrevivência, de forma que sem esta fonte ou com esta fonte em desequilíbrio, significa uma nave sem condições de navegar e seus tripulantes sem condições de manter o equilíbrio necessário à sua sobrevivência. 
 A nova consciência global remete a sociedade moderna à necessidade urgente de uma nova relação homem-natureza, um novo olhar, um novo paradigma e principalmente novas atitudes, permitindo o surgimento de uma ética que norteie o comportamento humano em relação ao meio ambiente em sua totalidade. O surgimento dessa nova ética é fundamental para que o ser humano passe a entender melhor sua relação com o planeta; a interação entre os seres vivos e inanimados, responsáveis pela vida na terra e da terra. A ética ecológica perpassa pela conscientização da problemática ambiental e pela compreensão humana do real significado de sua relação com a natureza. Sem nenhuma lei, que não seja a própria consciência, inicialmente, o homem através de ações sensatas, tem a responsabilidade da proteção e preservação ambiental, para antes de qualquer coisa, garantir a vida na Terra.
O homem moderno é compelido a viver irracionalmente, intoxicado pelos privilégios do progresso, a geração de riqueza e poder, bem como o consumo desenfreado, que são atitudes altamente predatórias. A reversão desse processo só será possível mediante uma profunda consciência ao mesmo tempo ética e ecológica
Contudo, há de se refletir que a vida, a sobrevivência de todas as espécies depende exclusivamente da relação que o homem estabelece com o meio ambiente e nesta relação mais do que em qualquer outra, a ética é uma questão de vida ou morte, portando a ação humana prudente e responsável baseada em conhecimentos e sabedorias, reduzirá bastante estes desequilíbrios ambientais.


REFERÊNCIAS


MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec,1993.
DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.

Silva, Edna Lúcia da Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação/Edna
Lúcia da Silva, Estera Muszkat Menezes. – 3. ed. rev. atual.– Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC,2001.121p.




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