Por; Edvania Bezerra de Lima
Introdução
Ibititá pertence a lista dos
municípios da biosfera da caatinga. Surgiu com o nome de Rochedo,
no final do século XIX, tendo sido fundado pelos irmãos Martiniano, Clemente e
Benigno Marques Dourado, foi emancipado em 17/outubro1961 e passou a chamar-se Ibititá, que quer dizer água sobre
as rochas e está localizado na microrregião de Irecê (cidade à qual pertencia),
no centro norte baiano.
O
clima e a fertilidade do solo fizeram, o Rochedo povoar-se rapidamente, atraindo
pessoas de varias regiões, dispostos a trabalhar e progredir.
O município de Ibititá foi escolhido para este estudo por se tratar da
localidade em que moro, como foi pedido no roteiro de estudos, da disciplina de
Meio Ambiente I, do Curso de Pós graduação em Gestão Ambiental
e por existirem poucos trabalhos relacionados a este município. Portanto, este
estudo objetiva descrever a cidade de Ibititá, caracterizando o seu meio
físico, meio biótico e o meio sócio-econômico.
Localização da Área
Ibititá esta
localizada entre as coordenadas geográficas 11º 32’ 45’’ S e 41º 58 ‘ 15’W
pertencente à mesorregião centro-norte baiano e à microrregião de Irecê, tendo
como municípios limítrofes Lapão (Norte); Canarana e Barro Alto
(Leste); Ibipeba
(Sul); Uibaí
e Presidente Dutra (Oeste), na Chapada Diamantina Setentrional, estado
da Bahia, distante 497 Km de Salvador, apresentando uma área de 565 km² com altitude 782 metros.
A Região de
Irecê localiza-se na porção Centro-Norte do Estado da Bahia, limitada a Oeste
pelo rio São Francisco, a Norte pelos riachos do Ferreira e do Recife
(afluentes do rio São Francisco pela sua margem direita), a Oeste pelo rio Jacaré
ou Vereda e, a Sul. Possui um recorte irregular, incluindo partes dos terrenos
elevados da Chapada Diamantina.
A área total da região é de 26.155 km2,
correspondente a 4,6% da área da Bahia, tendo Xique- Xique, Itaguaçú da Bahia e
Gentio do Ouro como os municípios mais extensos e Presidente Dutra e Irecê como
os de menor área. Para uma população total da região de 372.994 habitantes,
equivalente a 2,9% da população da Bahia, Gentio do Ouro e Itaguaçú registram
as menores populações, enquanto Irecê e Xique-Xique abrigam mais habitantes. É
composta pelos municípios de América Dourada, Barro Alto, Barra do Mendes,
Cafarnaum, Canarana, Central, Gentio do Ouro, Ibipeba, Ibititá, Ipupiara,
Irecê, Itaguaçú da Bahia, João Dourado, Jussara, Lapão, Mulungu do Morro,
Presidente Dutra, São Gabriel, Uibaí e Xique-Xique perfazendo uma área de
26.730 km², correspondendo a 4,6% da superfície do estado da Bahia.
3 Meio físico
- Clima
O
municipio de Ibititá apresenta clima tropical semi-árido com temperaturas
cuja média
anual varia de 17,9ºC a 27,6ºC, e o índice de precipitação anual varia de 342 mm
a 1.178 mm . Os períodos de chuvas perduram de três a
quatro meses, tendo oito meses de estiagem.
- Relevo
O
municipio localiza-se entre áreas altas e planas que formam a Chapada Diamantina e é composto da Chapada de Irecê,
Serras da Borda Ocidental do Planalto da Diamantina, mantendo-se suavemente
ondulado com algumas depressões.
- Hidrografia
O Nordeste possui importantes bacias
hidrográficas, dentre as quais podemos destacar a Bacia do São Francisco
que é a principal da região, formada pelos Rios São Francisco
e seus afluentes.
Os
dois maiores rios da região, são o Rio Verde e o Rio Jacaré, que nascem na
Chapada Diamantina e deságuam no São Francisco. Têm regime intermitente e
também apresentam vazões cada vez menores. Estão presentes também no município
os rios Vereda Romão Gramacho, Riacho do Bonito e Riacho de
Jau.
A
água é escassa, especialmente nos chapadões e parte interna da Chapada, a
drenagem, pouco densa, é do tipo dendrítica ou retangular, geralmente com
regime torrencial nos tempos de chuva (novembro a abril), com leitos secos na
maior parte do ano. As águas, mais perenes nos drenos íngremes das bordas
laterais da Chapada, alimentam o rio Verde (a oeste da Bacia de Irecê) e o rio
Jacaré ou Vereda (a leste da Bacia).
Para uso da população, a água provém da barragem de
Mirorós (no rio Verde, a 62 km
de Irecê) e, para uso industrial e agrícola, a água é subterrânea, obtida
através de poços tubulares a profundidades de 70 a 100 m, com vazões da ordem
de 30.000 L/h. Além da barragem de Mirorós, existem vários outros açudes para
acúmulo de água para uso urbano, incluindo os de Ibititá. (Ver anexo II)
- Tipos de solo e aptidões dos solos
O municipio apresenta solos do tipo latossolo
vermelho-amarelo distrófico, solos litólicos distróficos, latossolo
vermelho-amarelo entrófico e cambissolo entrófico.
Os solos são rasos, avermelhados, areno-argilosos e
de excelente qualidade, algumas vezes naturalmente enriquecidos em fosfato, com
profundidade média oscilando em torno de 1 a 2
m , e afloramento de arrecifes de acordo com as
informações disponibilizadas pela EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agrícola), de textura variável, com boa estrutura e boa drenagem .
O Território pertence ao Bioma Caatinga e aí é possível
observar os subsistemas Platô de
Irecê, com alturas geográficas médias de 700 m , ocupando cerca de 60 % da região, com
solos extremamente férteis, mas dependente da limitada oferta de água de chuva
e da água subterrânea e os terrenos são quase integralmente preparados para a
agricultura pouco restando da vegetação original (caatinga de sertão e
capoeiras).
4 Meio Biótico
- Vegetação
No município a vegetação é classificada como caatinga
arbórea aberta, sem palmeiras. Apresenta uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), árvores baixas e arbustos que, em geral,
perdem as folhas na estação das secas (espécies caducifólias), além de muitas
cactáceas.
O aspecto geral da vegetação, na seca, é de uma mata
espinhosa e agreste, poucas espécies não perdem as folhas na época da seca, mas
ao caírem as primeiras chuvas no fim do ano, a vegetação perde seu aspecto rude
e torna-se rapidamente verde e florida. Algumas das espécies mais comuns da
região são a emburana (Amburana cearensis L.) a aroeira,
(Myracrodruon urundeuva
A.), o umbu (Spondias tuberosa L.), a baraúna (Schinopsis brasiliensis Engl.), a
macambira
(Bromelia laciniosa), o mandacaru (Cereus jamacaruo juazeiro (Zizyphus joazeiro
Mart.) e o aveloz (Euphorbia
tirucalli L.).
Com uma vegetação também
agrícola, predominando como principal aspecto paisagístico, as pastagens de
pequeno e médio porte, entremeadas com vegetação nativa, na sua maioria,
secundária.
Apesar de ainda rica, a flora
dessa região, vem sofrendo perdas consideráveis pela ocupação antrópica.
Destacam-se como principais ações que desfigura a fitofisionomia, o
extrativismo de madeira e minérios, a agricultura. Estas atividades antrópicas,
difundidas por toda a área em seus diferentes graus de intervenção, determinam
um mosaico dos principais grupos florísticos. ( Ver anexo III)
- Fauna
A fauna da região é pouco estudada, mas é possível
observar a existência de espécies de mamíferos, répteis, lagartos e uma grande variedade de cobras, espécies de
anfibenídeos (espécies de lagartos sem pés), de anfíbios anuros, aranhas, de aves como periquitos, pica-paus, grande
número de pombas, inhambus, jacú, beija-flores, curiangos, urutáguas, arapongas
e sabiás, garças pardas e brancas, sabiá laranjeira, azulão, bicudo, bem-te-vi,
curió, cardeal e pardal.
Na ordem dos insetos,
uma porção de borboletas de variadas cores, agrupadas em grande número, mas sem
que a de uma coloração se misturasse com a da outra, moscas e mosquitos de
deferentes qualidades, abelhas silvestres, como também muitos insetos de interesse ecológico, fitosanitário e
agropecuário (parasitas em particular), peixes como: curimatá, tilapias, traira, piau e piabas que
apresentam-se em grande quantidade, na região e também muitos vermes de interesse ecológico no solo, bactérias e fungos assim
como de protozoários, moluscos, crustáceos e nematóides
·
Espécies
ameaçadas de extinção
A fauna do município sofre grandes prejuízos
tanto por causa da pressão e da perda de hábitat bem como em razão
da caça e da pesca sem controle. Também há grande pressão da população regional
no que se refere à exploração dos recursos florestais.
É possível identificar algumas espécies ameaçadas de
extinção como a Picumnus fulvescens
(Picidae); Megaxenops parnaguae (Furnariidae), Formicivora iheringi
(Thamnophilidae, destaca-se também a ocorrência de espécies em extinção,
como o próprio gato-do-mato, o gato-maracajá, o patinho, a jararaca e a
sucuri-bico-de-jaca.
Meio
sócio-econômico
- População
A população total de Ibititá
é de 17.972, segundo dados do IBGE do ano 2007, com uma população urbana de
aproximadamente de 8.060, e uma população rural de 9.845.
- Atividades econômicas
As principais atividades econômicas da área consistem
em agricultura e mineração. Na produção agrícola destaca-se o cultivo de mamona
e produção expressiva de milho e feijão). No setor de bens minerais é produtor
de mármore. Seu parque hoteleiro registra 20 leitos. No ano de 2001 o município
registrou 4128 consumidores de energia elétrica com um consumo de 10.212 mWh.
Segundo dados da SEI, o PIB do município para 2003 foi de R$34,75 milhões,
sendo 37,05 % para agropecuária, 6,55% para indústria e 56,40% para serviços.
- Saúde
O município de Ibititá apresenta um total de nove
estabelecimentos de saúde, dos quais oito municipais e um privado. Sete Postos de Saúde um Centro de Saúde
(inclusive Unidade de Saúde da Família), um hospital, 58 leitos hospitalares,
nove leitos obstétricos, 15 pediátricos, 12 leitos clínicos e 22 leitos
cirúrgicos.
A expectativa de vida no município é de 68 anos para
homens e de 78 anos para as mulheres. As
causas de mortalidade da população em geral são: doenças infecciosas e
parasitárias, neoplasias, doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho
respiratório, afecções originadas no período pré-natal.
- Educação
O sistema educacional de Ibititá conta com 32 Escolas
de ensino fundamental, uma pública estadual,e 30 escolas pública municipal de
Ensino fundamental e uma escola privada de ensino fundamental, uma escola pública estadual de ensino médio e
30 Escolas pública municipal com ensino pré-escolar.
Segundo os dados do ano de 2006 da Secretaria de Educação
da cidade, 3.843 é o total de matrícula
feitas no Ensino fundamental, 933 no
Ensino médio e 900 matrículas no Ensino pré-escolar. Com um total de docentes
igual a 196 do ensino fundamental, 29 do
Ensino médio e 65 docentes no ensino pré-escolar.
Muito obrigado pelas informações fornecidas sobre o município de Ibititá, foram de grande valia para meu trabalho.
ResponderExcluirSugiro colocá-las no Wikipédia, pois demorei muito para encontrar o blog, lá o acesso é mais fácil.
Atenciosamente,
Larissa D.
Obrigado pelas informaciões
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