Texto escrito por;
Edvania Bezerra de Lima
Principais temas inclusos no texto:
- Conceitos de pesquisa
- Elaboração sistemática do conhecimento
- Relação histórica do conhecimento desde antiguidade até para humanidade.
- A relação do homem primitivo com o homem moderno diante do meio ambiente.
- A nova consciência global e a ética ecologia.
Pesquisa é um processo de construção do conhecimento
que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou
refutar algum conhecimento pré-existente. È a busca, ilimitada e sem
preconceitos, da sistematização do conhecimento em qualquer área, e a
verificação sistemática, através de experimentos planejados, controlados,
objetivos e rigorosos, de hipóteses e teorias, com o objetivo final de explicar
os fatos, descobrir algo ou ampliar dados já registrados na literatura.
Para (GIL, 1996) a
pesquisa é um Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. (. . . ) A
pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a
utilização cuidadosa de métodos,
técnicas e outros procedimentos científicos (. . . ) ao longo de um processo
que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até
a satisfatória apresentação dos resultados. Minayo (1993, p.23), vendo por
um prisma mais filosófico, considera a pesquisa como “atividade básica das
ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma
prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente
inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade
que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados”.
Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana considerando-a
como uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a
intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a
realidade em sentido teórico e prático”.
A pesquisa também pode ser
definida como atividades orientadas e planejadas, que consiste na
execução de um conjunto de ações e de estratégias planejadas no projeto de
pesquisa, integradas e harmonizadas seqüencialmente, para a geração de
conhecimento original. E tem como objetivo fundamental descobrir respostas para
problemas mediante o emprego de procedimentos científicos e é realizada quando
se tem um problema e não se tem informações para solucioná-lo.
É basicamente um processo de aprendizagem e
conhecimento tanto do indivíduo que a
realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.
Na historia da humanidade é possível
observar que a pesquisa sempre esteve relacionada a construção do conhecimento da ciência seguindo
várias visões e métodos. Na antiguidade o conhecimento formou-se através
de uma ciência baseada em opiniões,
ironia e observações e assim muitos filósofos gregos deixaram algumas
contribuições, os quais conseguiram estabelecer a diferença entre conhecimento
sensível e conhecimento intelectual, entre aparência e essência, entre opinião
e saber e estabeleceram regras da lógica pra se chegar à verdade.
No período da Idade Média, muitas
afirmações filosóficas sofreram vários impedimentos por parte da Igreja
Católica que impunha sua autoridade, influindo em toda sociedade. Qualquer
tentativa de contrariar suas doutrinas era perseguida e discriminada. Apesar
disso, é importante observar que as poucas descobertas e teorias que surgiram
nesta época tiveram grande relevância para desenvolvimento da humanidade,
provocando uma mudança de mentalidade, no sentido de dissociar a ciência da
religião, que estavam intimamente ligadas, do mesmo modo que a ciência também
estava associada à magia e à alquimia. Teorias que aí surgiram serviram de base
para cientistas, que vieram depois, realizarem grandes descobertas, como por
exemplo, a junção dos princípios básicos do conhecimento, de Ramon Lull, que
deram condições a Einstein para, mais tarde, desenvolver suas fórmulas
universais.
Com o surgimento da Renascença, verificamos a mudança
de atitude do homem em relação à ciência, que começa a deixar o ascetismo,
características da Idade Média, passando a reconhecer a importância do homem e
a sua relação com o mundo natural. Dentro deste contexto, surgem as grandes
navegações e a criação da imprensa, que serviu para divulgar as novas
descobertas e difundir o pensamento renascentista, desafiando os domínios da
Igreja e possibilitando assim a ruptura entre a ciência e a religião. O século
XIX se caracterizou por grande desenvolvimento de todos os ramos da ciência e o
surgimento das sociedades científicas especializadas. A ciência também passou a
ter um aspecto mais público, conforme as conferências e livros científicos
foram se tornando mais populares, mostrando às pessoas a importância da ciência
na vida diária.
Hoje observa-se que as descobertas
científicas se aceleraram e um número maior de cientistas passou a trabalhar
pelo desenvolvimento da tecnologia, facilitando novas descobertas para a
ciência. É importante salientar que este é um processo contínuo e que novos
métodos científicos estão sendo aprimorados, numa constante busca de novas
teorias do conhecimento.
Com
a evolução da raça humana, notaram-se importantes avanços na tecnologia das
ferramentas, o rápido crescimento desta população, e o agrupamento social em
habitações.
As comunidades humanas primitivas retiravam da natureza
praticamente apenas o necessário à sua reprodução. Além disso, utilizavam-se
basicamente de recursos renováveis através da coleta, da caça e da lavoura em
pequena escala. Desta forma, deixavam intactas as bases do funcionamento dos
ecossistemas. As sociedades pré-capitalistas mais desenvolvidas não
comprometiam de forma generalizada o equilíbrio do meio ambiente, pois possuíam
um pequeno desenvolvimento produtivo e populacional, embora já tivessem um
significativo avanço urbano e comercial. Os impactos ambientais eram locais e
pequenos.
Na Idade Média, a ruralização da economia não ameaçava a sobrevivência dos sistemas naturais. Há registros de desflorestamento e poluição do ar devido às fundições e à queima de carvão.
A Revolução Industrial, ocorrida nos séculos XVIII e XIX, estabelece a necessidade social da expansão permanente do mercado, como forma de garantir a acumulação de capital que realimenta a economia capitalista. Foi a partir desta época que começou-se a consumir aceleradamente os recursos naturais não-renováveis, como os minérios e combustíveis fósseis. Os recursos naturais (animais e vegetais) continuaram a ser muito explorados, surgindo a contínua extinção de espécies. Outros recursos passam a ser ameaçados em grande escala pela primeira vez, como o ar, o solo e a água. Surgem novos tipos de poluição: a sonora, a térmica, a visual e a radioativa.
Na Idade Média, a ruralização da economia não ameaçava a sobrevivência dos sistemas naturais. Há registros de desflorestamento e poluição do ar devido às fundições e à queima de carvão.
A Revolução Industrial, ocorrida nos séculos XVIII e XIX, estabelece a necessidade social da expansão permanente do mercado, como forma de garantir a acumulação de capital que realimenta a economia capitalista. Foi a partir desta época que começou-se a consumir aceleradamente os recursos naturais não-renováveis, como os minérios e combustíveis fósseis. Os recursos naturais (animais e vegetais) continuaram a ser muito explorados, surgindo a contínua extinção de espécies. Outros recursos passam a ser ameaçados em grande escala pela primeira vez, como o ar, o solo e a água. Surgem novos tipos de poluição: a sonora, a térmica, a visual e a radioativa.
No século XX, surge a figura da "obsolescência
planejada", em que incentiva o consumo constante das inovações
tecnológicas que surgem a cada instante. Esse conceito se expande também para o
nível cultural, causando mudanças nos costumes como mais uma forma de incentivo
do consumo. A questão tecnológica apresenta-se também como outro fator
importante na questão ambiental. A tecnologia é o reflexo do modelo
sócio-econômico e se desenvolve segundo os seus princípios. Neste sentido, as
soluções tecnológicas produzidas no contexto de crescimento ilimitado também
geram problemas para a sobrevivência dos sistemas naturais.
A preservação do meio ambiente, desde o início deste
século, deixou de ser tratada como um assunto de um grupo pequeno de pessoas
que alertavam para a necessidade de se preservar o maior bem da vida, fonte de
energia dos habitantes deste planeta. Devemos ter consciência que a natureza
nos ensina, e que tudo o que necessitamos está disponível, restando apenas a
nós a sabedoria de encontrar as formas equilibradas para prover as nossas
necessidades sem provocar o esgotamento da fonte, pois são suficientes para a
solução das necessidades não só da espécie humana, mas também de todos os seres
vivos. Isso requer uma mudança radical na forma de enxergar os elementos
naturais. Como somos tripulantes de uma mesma nave temos que conviver com os
mais diversos posicionamentos de como utilizar as nossa fonte de energia, bem
como a forma de encarar as dádivas que ela nos proporciona. Tratar o meio ambiente de forma mais racional
é reconhecer que todos os habitantes do planeta dependem de energia para sua
sobrevivência, de forma que sem esta fonte ou com esta fonte em desequilíbrio,
significa uma nave sem condições de navegar e seus tripulantes sem condições de
manter o equilíbrio necessário à sua sobrevivência.
A nova
consciência global remete a sociedade moderna à necessidade urgente de uma nova
relação homem-natureza, um novo olhar, um novo paradigma e principalmente novas
atitudes, permitindo o surgimento de uma ética que norteie o comportamento
humano em relação ao meio ambiente em sua totalidade. O surgimento dessa nova
ética é fundamental para que o ser humano passe a entender melhor sua relação
com o planeta; a interação entre os seres vivos e inanimados, responsáveis pela
vida na terra e da terra. A ética ecológica perpassa pela conscientização da
problemática ambiental e pela compreensão humana do real significado de sua
relação com a natureza. Sem nenhuma lei, que não seja a própria consciência,
inicialmente, o homem através de ações sensatas, tem a responsabilidade da
proteção e preservação ambiental, para antes de qualquer coisa, garantir a vida
na Terra.
O
homem moderno é compelido a viver irracionalmente, intoxicado pelos privilégios
do progresso, a geração de riqueza e poder, bem como o consumo desenfreado, que
são atitudes altamente predatórias. A reversão desse processo só será possível
mediante uma profunda consciência ao mesmo tempo ética e ecológica
Contudo, há de se refletir que a vida, a sobrevivência de todas as
espécies depende exclusivamente da relação que o homem estabelece com o meio
ambiente e nesta relação mais do que em qualquer outra, a ética é uma questão
de vida ou morte, portando a ação humana prudente e responsável baseada em
conhecimentos e sabedorias, reduzirá bastante estes desequilíbrios ambientais.
REFERÊNCIAS
MINAYO,
Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. São Paulo:
Hucitec,1993.
DEMO,
Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1996.
Silva,
Edna Lúcia da Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação/Edna
Lúcia
da Silva, Estera Muszkat Menezes. – 3. ed. rev. atual.–
Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC,2001.121p.
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