quinta-feira, 27 de junho de 2013


Preservação Ambiental: Uma Experiência Piloto

Escola Cooperativista de central
 
Professora: Sadja Samara Maciel Rocha 
Orientador: Darcy Ribeiro
Público Alvo: A comunidade Centralense
Tema: Educação Ambiental
Subtema: Preservação
 

 

            O trabalho a seguir consiste em um resumo do projeto Preservação Ambiental: Uma Experiência Piloto, realizado pela COOPEC, orientado pelo professor Darcy Ribeiro em conjunto com a professora de ciências Sadja Samara Maciel Rocha e demais professores no período de 2003-2004. O referido projeto teve como principal objetivo a formação de multiplicadores ambientais nas escolas Municipais, Estaduais, Cooperativas, associações, sindicatos e instituições religiosas com vistas à disseminação de conhecimento e práticas ambientais em rede.

         
      Resumo

         O Município de Central localizado entre as coordenadas é considerado o Epicentro da Arqueologia na Bahia e sede do Projeto Central, coordenado pela arqueóloga- Drª Mª Beltrão do Museu Nacional do Rio de Janeiro que abrange uma área de 100.000 km2, com 350 sítios arqueológicos localizados e envolvendo cerca de nove (nove) municípios no Noroeste da Bahia. Até hoje, coube à Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – o papel de pesquisa sobre Arqueologia desde 1982 através do projeto Central. Entretanto, tal projeto não ofereceu á comunidade centralense ações concretas que envolvam ou estimulem a preservação ambiental.

            As escolas e associações comunitárias (bairro e rural) têm mostrado interesse com a temática ambiental envolvendo a arqueologia e ecossistema caatinga, embora muito ainda incipiente, pois lhes faltam conhecimento, materiais didáticos adequados ao ensino, orientações para compreensão das fontes bibliográficas sobre os conteúdos supracitados, e, sobretudo de uma proposta de trabalho voltada para o enfrentamento dessas dificuldades com vistas à preservação do meio ambiente em curto e médio prazo.

         Entre os seus extremos rústicos e a beleza imensurável da nossa vegetação ainda se reserva a possibilidade de ampliação da qualidade de vida do homem sertanejo se alguma coisa for feita para deter o avanço da desertificação do território centralense.  Tal processo se estende às últimas manchas de mata virgens ainda remanescentes no referido município as quais protegem a riqueza arqueológica, fauna e mananciais de água locais. Neste sentido, percebemos a necessidade de buscar conhecimento no meio natural da região e com a comunidade para fins de construir uma discussão acerca dessa problemática e desenvolver ações básicas em “prol” do equilíbrio do nosso ecossistema, da melhoria da qualidade de vida do sertanejo a partir do trabalho desenvolvido pelos multiplicadores ambientais.

      O objetivo geral de sensibilizar o publico alvo envolvido a partir de um trabalho desenvolvido com os alunos da Cooperativa de Ensino de Central- COOPEC sobre a importância da preservação do Ecossistema Caatinga, incluindo os sítios arqueológicos e/ou recursos hídricos locais, bem como a formação de multiplicadores ambientais imbuídos na mesma causa junto às escolas e comunidade. 

 

        Neste sentido, foram desenvolvidas as seguintes etapas:

 

1-      Caracterização da vegetação local e circunvizinha aos sítios arqueológicos e reservatórios naturais de água;

2-      Identificação de vegetais e animais em extinção nas áreas não desmatadas do município;

3-      Incentivo a comunidade quanto á prática de despoluição ambiental, enfatizando o problema do lixo;

4-      Orientação de Escolas, Associações e Sindicatos quanto à preservação ambiental e ao cultivo de hortas comunitárias ou familiares;

5-      Estimulo aos alunos e comunidade quanto à produção e plantio de mudas em áreas degradadas.

       No município de Central, a COOPEC foi pioneira no desenvolvimento deste projeto de preservação ambiental, por ter no seu quadro funcional, profissionais compartilham com os objetivos e metas deste projeto e acreditarem, sobretudo, na sua viabilidade, mesmo porque já vêm desenvolvendo práticas correspondentes ao mesmo, visando convergir conhecimentos para enfrentamento dos problemas ambientais locais. Assim,  a mesma se propôs a convergir esforços e experiências de representantes de diversos seguimentos da sociedade para fins de colocar em prática as atividades propostas no referido projeto.          A COOPEC desenvolveu período (2003-2004) um trabalho voltado para a preparação do individuo, no sentido de torná-lo apto para o ingresso no mercado de trabalho, bem como, para sua auto-realização e, para isso, esta instituição buscou, incessantemente, condições necessárias que lhe desse suporte para atingir os objetivos propostos no Projeto Político Pedagógico, realizando o seguinte trabalho:

- Manteve uma escola que se preocupa com educação de qualidade, despertando a consciência de seu alunado para a preservação do Meio Ambiente e a valorização da Arqueologia;

-Desenvolveu Projetos Interdisciplinares, dentre outros, partindo de termos direcionados ao meio ambiente;

- Realizou a 1ª e 2ª Semana cultural, com os seguintes temas abordados: Arqueologia e preservação de meio Ambiente; Agrofloresta na Escola; Preservação de Recursos Hídricos e Uso Sustentável; Preservação de Fauna e Flora; Fome zero; Reciclando o lixo, etc..

- Realizou a 1ª e 2ª Semana de Meio Ambiente (SEMEIA) com os seguintes temas abordados: Importância dos Vegetais da Caatinga; Plantas Medicinais; Ciências e Saberes Populares; Culturas Alternativas, Defesa Contra Seca e Construção de Barragens; Dessalinização de Águas e Agricultura Irrigada para Pequenos Produtores; Política e Assistência Técnica Ambiental, etc..

         A COOPEC desenvolveu a capacitação necessária correspondente a todas as etapas previstas no projeto para seus professores (as), em 2004 junto às parcerias: SRH e EMBASA. Foram ainda realizadas neste ano visitas nos principais sítios arqueológicos e reservatórios naturais de água, nas poucas áreas de cobertura natural virgem e nas mais degradas, coletando informações, reclamações e sugestões da comunidade para o desenvolvimento de ações em “prol” da amenização e/ou resolução dos mesmos.

         Sendo piloto, esta instituição teve o dever de organizar e preparar-se para coordenar e executar todas as etapas do referido projeto. O planejamento interdisciplinar, seleção de recursos, elaboração de roteiros de pesquisa, visita de campo, análise de dados, orientação para relatório de pesquisa, divulgação e publicação de resultados, montagem de arquivos e hortas comunitárias, a orientação de novos projetos ou subprojetos junto ao público alvo e o bom relacionamento com o público alvo asseguraram o cumprimento das metas previstas. Foi ainda destacado no contexto do planejamento, a presença de conteúdos referentes ao projeto em todas as disciplinas durante os bimestres letivos e orientação de Atividades de Coordenação (AC) nas escolas (subprojetos de ensino).

          Os professores da COOPEC atuaram como multiplicadores durantes às atividades programadas, uma vez que já foram capacitados anteriormente nas áreas afins pelo PEACS. Estes se reuniam regularmente para prestar esclarecimentos no sentido de estudar e organizar ações relacionadas ao projeto. Os materiais coletados em ou para pesquisa, relatórios foram arquivados na COOPEC para uso dos alunos e demais interessados do município de Central, conforme solicitação e encaminhamento. Os representantes (de associações) essas orientações para seus associados e os professores para os alunos, enquanto comissões, envolvendo estes segmentos e os pais fizeram multiplicação do projeto em rede com vistas a chegar a todos os elos da comunidade. Os resultados alcançados, mesmo que parciais, eram sempre discutidos na COOPEC durante os encontros mensais com a Comissão do Público Alvo Direto.

          Após a conclusão dos trabalhos percebeu-se que a devastação evidenciada nas aulas vivas tende a invadir os últimos ambientes onde se localizam os reservatórios naturais de água (serras, riachos, tanques de minação) e ponto de refúgio para muitos animais em extinção. Nestes ambientes, principalmente ao na zona norte do município, as manchas de caatinga protegem tais reservatórios e abriga grande parte da fauna em extinção, o que contribui para manutenção da biodiversidade da vida numa região que vem sofrendo demasiadamente com as alterações no clima.

          Durante a realização das ações citadas propostas pelo projeto temáticas importantes foram discutidas: valorização da flora da caatinga para fins medicinais e de ornamentação, arborização de escolas e povoados, manutenção de reservas familiares de caatinga, sobretudo àquelas que acompanham os mananciais de água, sítios arqueológicos e implantação de culturas alternativas. Esse tipo de procedimento teve uma significativa contribuição sócio cultural, no sentido de buscar junto á comunidade conhecimentos e elaboração de ações com vistas ao enfrentamento dos problemas ambientais dos nossos dias a partir da educação. Desta forma, foi possível o fortalecimento do envolvimento das escolas e comunidade quanto à busca de conhecimentos e ações na perspectiva de evitar o aumento da degradação ambiental no Município de Central.

        A partir de 2006, uma vez terminado o compromisso com a formação de multiplicadores ambientais devido ao fim do programa PEACS, a COOPEC continuou os seus trabalhos sob a forma de subprojetos de ensino e das visitas de campo. Nos últimos 03 anos, com a renovação da equipe de professores desta escola, ficou impossível a continuidade do trabalho sistematizado de preservação Ambiental  

 Sadja Samara Maciel Rocha

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