quinta-feira, 27 de junho de 2013


A Devastação Ambiental e suas Implicações na Qualidade de Vida, no Município de Central-BA

 
        Por: Sadja Samara Maciel Rocha
 


Introdução

 

         O mundo contemporâneo requer a adoção de novas concepções e práticas educacionais que incorporem a dimensão ambiental e promovam o ideário da sustentabilidade democrática (simultaneamente cultural, ética, econômica, ecológica, espacial, espiritual e político-institucional). Estes são princípios educativos que direcionam as práticas no sentido de garantir melhorias na qualidade de vida de todos e uma nova postura ética diante do mundo, por meio do estímulo a relações justas socialmente e respeitosa entre os humanos e os demais seres vivos que co-habitam o planeta (BRASIL, 2006, 2007).

        Apesar de constituir inegável avanço a menção à Educação Ambiental, em inúmeros documentos governamentais e legislações da educação, particularmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, no 9.394/1996, o fato é que estes não a contemplam plenamente no modo como concebida na Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA, que prevê sua inserção em todos os níveis e modalidades de ensino, de forma integrada ao conjunto das práticas pedagógicas, considerando o ambiente em sua totalidade. Mais do que isso, a realidade indica que, apesar da expansão de iniciativas escolares, a Educação Ambiental ainda se apresenta no contexto educacional como algo descolado do conjunto de políticas públicas de educação e do cotidiano escolar (BRASIL, 2006, 2007), evidenciando o distanciamento existente entre esta e o “mundo da educação”.

        A preocupação com a Preservação Ambiental e as suas implicações na qualidade de vida de uma comunidade, é tônica principal em quase todos os meios de comunicação na atualidade. Nos tempos atuais, observa-se uma tendência na sociedade, nos diferentes setores, no tocante ao envolvimento e desenvolvimento de ações em “prol” do Meio Ambiente no semiárido baiano (caso do Município de Central-BA). De uma forma geral, esta questão permeia tanto no meio escolar quanto extra-escolar (ONGS, Empresas, Secretarias de Meio Ambiente) com repercussão muito mais teórica do que prática, enquanto a degradação ambiental provoca reações da natureza que elevam a proliferação de insetos e microorganismos patogênicos nos meio urbano e rural. Isso poderá implicar num aumento e diversificação de doenças que acometem a população local.

        A realização de ações efetivas acerca deste problema se remete a uma mudança de atitude por parte dos atores sociais envolvidos. A escola, em sua responsabilidade na formação do cidadão para enfrentamento dos problemas do mundo, tem uma contribuição singular, no sentido de (re) significação de seus conteúdos para essa finalidade. Por isso, é emergencial o enfrentamento das mazelas que afligem a comunidade no que tange a invasão de vetores e/ou causadores de doenças nas moradias do campo e da cidade devido às alterações na natureza provocadas pelo ser humano.

        A busca da formação de sujeitos acerca da preservação do ambiente no município já citado se remete ao compromisso dos atores educacionais com a causa referida. Por isto, o trabalho proposto “A devastação ambiental e suas implicações na qualidade de vida no município de Central-BA: na visão dos alunos do 6º ano da cooperativa de ensino de central após um ensino planejado” se apresenta como uma possibilidade de contribuir com os estudantes no desenvolvimento do conhecimento e ações que venham a favorecer a construção de melhorias no ambiente e na qualidade de vida da comunidade.              

         É necessário verificar o grau de percepção ambiental dos estudantes da referida escola (6º ano) no que tange à devastação ambiental na sua relação com a qualidade de vida da comunidade, como ponto de partida para o desenvolvimento das atividades propostas neste trabalho (planejamento escolar).

         O presente trabalho objetiva investigar como um planejamento escolar poderá contribuir com sensibilização e/ou construção da consciência ambiental dos alunos do 6º ano da COOPEC, Município de Central – BA, quanto aos fatores que interferem na natureza e as suas implicações na qualidade de vida da comunidade local.

         Essa é uma abordagem de pesquisa que prima por uma Educação Ambiental com implicações em melhorias da qualidade do ambiente e da saúde e encontra-se amparada na Lei de Educação Ambiental do Estado da Bahia (BAHIA, 2011).

 

Metodologia

 

        As atividades da pesquisa interventiva serão desenvolvidas na COOPEC numa turma de 30 alunos do Ensino Fundamental, no período letivo de 2013, com o auxílio dos professores e coordenadores de área e de parcerias com Órgãos Públicos de Saúde e Meio Ambiente e Organizações Não Governamentais (ONGS). Inicialmente, realizar-se-á um planejamento interdisciplinar com os professores acerca do tema Meio Ambiente e Saúde. Em seguida, far-se-á uma pesquisa para levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes da referida série em relação ao tema proposto. Após a realização das atividades planejadas, será realizado um levantamento para avaliação dos conhecimentos adquiridos pelos alunos.

         Usar-se-á neste trabalho a pesquisa no âmbito qualitativa geral veiculada às técnicas de entrevista estruturada (questionário) e a observação participante (BOGDAN & BIKLEN, 1994).

 

Possíveis Dificuldades

 

         Poderá se encontrar as seguintes dificuldades neste trabalho: incompreensão/descompromisso dos professores quanto ao desenvolvimento das ações interdisciplinares junto aos alunos; resistência e/ou falta de condições materiais para efetivação das ações por parte dos alunos e limitação e/ou indisposição dos órgãos públicos citados em cederem informações ou contribuição prática quanto as ações previstas (parcerias).

 

Resultados esperados

 

         Espera-se com esse trabalho realizar um planejamento para 10 professores desta escola; Identificar os conhecimentos prévios de 30 alunos; realizar 04 ações interdisciplinares (01 por bimestre); analisar os conhecimentos adquiridos de 30 alunos; divulgação dos resultados em eventos/ apresentação de trabalho (03) e edição de uma cartilha educativa.

 

Referências

 

BAHIA. LEI 12056, de 07 de Janeiro de 2011- Lei de Educação Ambiental do Estado da Bahia.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. O que fazem as escolas que dizem que fazem educação ambiental? Brasília: SECAD/ UNESCO, 2006. col. Educação para todos.

_______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Alfabetização Institucional e Cidadania Ambiental. Formando Comovida Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola: construindo Agenda 21 na escola. 2. ed. rev. ampl. Brasília: MEC, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2007.

BOGDAN, Robert     C.; BIKLEN, Sari Knopp. A Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.

 

 

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