A Devastação
Ambiental e suas Implicações na Qualidade de Vida, no Município de Central-BA
Por: Sadja Samara Maciel Rocha
Introdução
O mundo contemporâneo requer a adoção
de novas concepções e práticas educacionais que incorporem a dimensão ambiental
e promovam o ideário da sustentabilidade democrática (simultaneamente cultural,
ética, econômica, ecológica, espacial, espiritual e político-institucional).
Estes são princípios educativos que direcionam as práticas no sentido de
garantir melhorias na qualidade de vida de todos e uma nova postura ética
diante do mundo, por meio do estímulo a relações justas socialmente e
respeitosa entre os humanos e os demais seres vivos que co-habitam o planeta
(BRASIL, 2006, 2007).
Apesar de constituir inegável avanço a
menção à Educação Ambiental, em inúmeros documentos governamentais e
legislações da educação, particularmente a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - LDB, no 9.394/1996, o fato é que estes não a contemplam
plenamente no modo como concebida na Política Nacional de Educação Ambiental –
PNEA, que prevê sua inserção em todos os níveis e modalidades de ensino, de
forma integrada ao conjunto das práticas pedagógicas, considerando o ambiente
em sua totalidade. Mais do que isso, a realidade indica que, apesar da expansão
de iniciativas escolares, a Educação Ambiental ainda se apresenta no contexto
educacional como algo descolado do conjunto de políticas públicas de educação e
do cotidiano escolar (BRASIL, 2006, 2007), evidenciando o distanciamento
existente entre esta e o “mundo da educação”.
A
preocupação com a Preservação Ambiental e as suas implicações na qualidade de
vida de uma comunidade, é tônica principal em quase todos os meios de
comunicação na atualidade. Nos tempos atuais, observa-se uma tendência na
sociedade, nos diferentes setores, no tocante ao envolvimento e desenvolvimento
de ações em “prol” do Meio Ambiente no semiárido baiano (caso do Município de
Central-BA). De uma forma geral, esta questão permeia tanto no meio escolar
quanto extra-escolar (ONGS, Empresas, Secretarias de Meio Ambiente) com
repercussão muito mais teórica do que prática, enquanto a degradação ambiental
provoca reações da natureza que elevam a proliferação de insetos e
microorganismos patogênicos nos meio urbano e rural. Isso poderá implicar num
aumento e diversificação de doenças que acometem a população local.
A
realização de ações efetivas acerca deste problema se remete a uma mudança de
atitude por parte dos atores sociais envolvidos. A escola, em sua
responsabilidade na formação do cidadão para enfrentamento dos problemas do
mundo, tem uma contribuição singular, no sentido de (re) significação de seus conteúdos
para essa finalidade. Por isso, é emergencial o enfrentamento das mazelas que
afligem a comunidade no que tange a invasão de vetores e/ou causadores de
doenças nas moradias do campo e da cidade devido às alterações na natureza
provocadas pelo ser humano.
A busca da
formação de sujeitos acerca da preservação do ambiente no município já citado
se remete ao compromisso dos atores educacionais com a causa referida. Por
isto, o trabalho proposto “A devastação ambiental e suas implicações na qualidade
de vida no município de Central-BA: na visão dos alunos do 6º ano da
cooperativa de ensino de central após um ensino planejado” se apresenta como
uma possibilidade de contribuir com os estudantes no desenvolvimento do
conhecimento e ações que venham a favorecer a construção de melhorias no
ambiente e na qualidade de vida da comunidade.
É
necessário verificar o grau de percepção ambiental dos estudantes da referida
escola (6º ano) no que tange à devastação ambiental na sua relação com a qualidade
de vida da comunidade, como ponto de partida para o desenvolvimento das
atividades propostas neste trabalho (planejamento escolar).
O
presente trabalho objetiva investigar como um planejamento escolar poderá
contribuir com sensibilização e/ou construção da consciência ambiental dos
alunos do 6º ano da COOPEC, Município de Central – BA, quanto aos fatores que
interferem na natureza e as suas implicações na qualidade de vida da comunidade
local.
Essa é uma abordagem de pesquisa que prima
por uma Educação Ambiental com implicações em melhorias da qualidade do
ambiente e da saúde e encontra-se amparada na Lei de Educação Ambiental do
Estado da Bahia (BAHIA, 2011).
Metodologia
As
atividades da pesquisa interventiva serão desenvolvidas na COOPEC numa turma de
30 alunos do Ensino Fundamental, no período letivo de 2013, com o auxílio dos
professores e coordenadores de área e de parcerias com Órgãos Públicos de Saúde
e Meio Ambiente e Organizações Não Governamentais (ONGS). Inicialmente,
realizar-se-á um planejamento interdisciplinar com os professores acerca do
tema Meio Ambiente e Saúde. Em seguida, far-se-á uma pesquisa para levantamento
dos conhecimentos prévios dos estudantes da referida série em relação ao tema
proposto. Após a realização das atividades planejadas, será realizado um
levantamento para avaliação dos conhecimentos adquiridos pelos alunos.
Usar-se-á neste trabalho a pesquisa no âmbito
qualitativa geral veiculada às técnicas de entrevista estruturada (questionário) e a
observação participante (BOGDAN & BIKLEN, 1994).
Possíveis Dificuldades
Poderá se
encontrar as seguintes dificuldades neste trabalho: incompreensão/descompromisso
dos professores quanto ao desenvolvimento das ações interdisciplinares junto
aos alunos; resistência e/ou falta de condições materiais para efetivação das
ações por parte dos alunos e limitação e/ou indisposição dos órgãos públicos
citados em cederem informações ou contribuição prática quanto as ações
previstas (parcerias).
Resultados esperados
Espera-se com esse trabalho realizar um
planejamento para 10 professores desta escola; Identificar os conhecimentos
prévios de 30 alunos; realizar 04 ações interdisciplinares (01 por bimestre);
analisar os conhecimentos adquiridos de 30 alunos; divulgação dos resultados em
eventos/ apresentação de trabalho (03) e edição de uma cartilha educativa.
Referências
BAHIA. LEI 12056, de 07 de
Janeiro de 2011- Lei de Educação Ambiental do Estado da Bahia.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade; Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura. O que fazem as escolas que dizem que fazem
educação ambiental? Brasília: SECAD/ UNESCO, 2006. col. Educação para todos.
_______. Ministério da Educação. Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Ministério do Meio Ambiente.
Secretaria de Alfabetização Institucional e Cidadania Ambiental. Formando
Comovida Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola: construindo
Agenda 21 na escola. 2. ed. rev. ampl. Brasília: MEC, Coordenação Geral de
Educação Ambiental, 2007.
BOGDAN, Robert C.; BIKLEN, Sari Knopp. A
Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.
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