quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PROJETO CAATINGA;ATRAVES DAS SEMENTES


Colégio Municipal Luiz Viana Filho

Professoras: Keli Carine

Coordenador: Edinho

 Público Alvo: 3° Ano

Tema: Educação Ambiental

Subtema: Caatinga

 

 

Projeto: Caatinga

Através das sementes

 

 
Apresentação

A produção de mudas é importante para reflorestamento e recuperação de áreas degradadas como para arborização urbana, esse processo vem sofrendo um aumento crescente em sua demanda devido à preocupação mundial com a preservação do meio ambiente. Por sua vez, a qualidade da produção das mudas exige uma série de conhecimentos básicos, que vão desde a colheita até a saída das mudas para o local definitivo.

Justificativa

A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro predominando em todos os estados do Nordeste e uma pequena parte do estado de Minas Gerais. Este bioma é extremamente frágil, e vêm sofrendo ao longo dos anos um rápido processo de desertificação devido, principalmente, a exploração irracional das espécies madeireiras, as queimadas desordenadas, o desmatamento para exploração de lenha para carvão e a erosão dos solos que impendem o desenvolvimento das plantas no campo. Para reverter este quadro de degradação causado pela ação do homem são necessários meios rápidos e eficazes de recuperação ambiental destacando-se a produção de mudas para reflorestamento em áreas desmatadas o que permite a recomposição da vegetação, a reintrodução da fauna e a melhoria das condições do solo.

Objetivo Geral

Este projetotem o objetivo de levar informações importantes aos alunos facilitando os conhecimentos para uma produção e plantio de mudas com padrão de qualidade para minimizar o efeito da degradação ambiental no bioma caatinga.

 

Objetivos específicos

·        Conhecer a caatinga;

·        Explora a caatinga fauna e flora;

·        Estimular a conscientização de preservação da caatinga;

·        Produzir mudas da caatinga;

·        Plantar mudas da caatinga na escola e no bairro;

·        Identificar as principais características da caatinga;

Metodologia

O trabalho vai ser realizado durante o primeiro semestre no 3° ano da Escola Municipal Luiz Viana Filho, utilizando da interdicisplinaridade para ligar o tema, as todas as disciplinas docurrículo, para tanto será necessário pesquisas, debates, trabalhos em grupo, seminários.

Atividades previstas:

·        Apresentação do projeto para os alunos

·        Aula viva mostrando os aspectos da caatinga;

·        Pesquisa de materiais informativos;

·        Construção de maquetes;

·        Aula de campo para conhecer e vivenciar os aspectos da caatinga.

 

Oficinas:

01°- Oficina; Conhecendo a caatinga.

Objetivos:

·        Apresentar o projeto aos alunos e a comunidade escolar;

·        Estimular o conhecimento e um alto conhecimento sobre as características do bioma caatinga.

Conteúdos

Bioma caatinga e suas características.

Tempo estimado

6 aulas

Material necessário

·         Data show

·         Caixa de som

·         Papel cartão marrom

·         Papel crepom marrom

·         Cola e tesoura

Desenvolvimento:

A apresentação em sala de aulaacontecerá através slides mostrando o bioma da caatinga e suas características, bem como as demais atividades que serão realizadas durante o projeto.

Juntamente com projeto será apresentado aos alunos a arvore das renovações, (arvore feita em papel metro colada na parede) onde os alunos, em seus galhos iram relatar sobre a importância do projeto e a sua aprendizagem ao longo do desenvolvimento do projeto em sala de aula. Na primeira ação desta etapa os alunos colocaram nos ganhos da arvore seus conceitos inicias sobre o bioma caatinga. Esta atividade será de cunho permanente em sala de aula uma vez por semana.

 

02°- Oficina

Objetivos:

·        Vivenciar os aspectos do bioma caatinga;

·        Relatar os conceitos adquiridos durante a visita;

·        Importância de cuidar do solo.

Tempo estimado:

·        4 aulas visita;

·        2 aulas ficha de observação;

·        2 aulas incorporação do material orgânico ao solo.

Conteúdos:

·        Flora e fauna da caatinga;

·        Adubação do solo.

Material necessário

·        Ônibus;

·        Ficha avaliativa xerocada;

·        Material orgânico;

·        Inchada e pá.

Desenvolvimento.

Visita temática a ESAGRI, Escola de agricultura da região de Irecê, observando afauna e a flora da caatinga, conhecendo técnicas sustentáveis.

Em sala de aula a professora realizará uma atividade com ficha de observação, que tratará dos aspectos observados durante a visita temática.

A professora junto a turma irá levar materiais orgânicos, fazer um buraco na terra, no terreno atrás da escola e incorporara-lo para usar nas futuras mudas.

 

03°- Oficina

Tempo estimado:

6 aulas.

Conteúdo:

·         Flora da caatinga.

Material necessário:

·         Sacos de mudas;

·         Mudas de plantas da caatinga;

·         Sementes de plantas da caatinga;

·        Espaço na estufa;

 

Desenvolvimento:

Aula de campo cada aluno com orientação do professor e um auxiliar irá encher seu pacote de muda com a terra incorporada pelo material orgânico. Com as sementes já separadas pelo professor os alunos irão fazer a plantação e organizá-los na estufa da escola.Haverá visita as mudas uma vez na semana (horário a critério do professor) para observação do desenvolvimento das plantas. Todas mudas plantadas serão originarias do bioma caatinga, e serão usadas para arborização da comunidade escolar.

04°- Oficina

Tempo estimado:

·         8 aulas

Conteúdo:

·         Características da caatinga;

·         Música: Chover

Material necessário:

·         Data show;

·         Caixa de som;

·         Espaço para ensaio.

Desenvolvimento:

Mostra de vídeo, sobre o bioma caatinga apresentado pelo programa Globo Repórter dia 13/03/2012. Depois realizar um roteiro copiado na lousa em sala de aula. Amostra da música: Chover de cordel do fogo encantado que será apresentado no fechamento do projeto em coreografia pelos alunos. Ensaio da musica para apresentação.

05°- Oficina

Tempo estimado:

·         6 aulas

Conteúdo:

·         Biomas da caatinga;

Material necessário:

·         Fotos;

·         Esteira;

·         Papel metro;

·         Tintas;

·         Papeis coloridos.

Desenvolvimento:

Confecção dos painéis e delegações das funções para amostra que será realizada para a visita do IBS na escola. Assim será delegado a cada criança a sua função para a apresentação, onde cada criança divida em grupos ficara responsável por uma função na amostra, desde a arrumação até as diversas apresentações que serão feitas no dia.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

PLANO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL: COMUNIDADE DE GAMELEIRA DE JOÃO DOURADO -BA


PLANO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL: COMUNIDADE DE GAMELEIRA DE JOÃO DOURADO -BA


Anita Ramos, Jaildes Barreto, Liziane Vasconcelos, Raquel Vasconcelos, Sandra Amim


Durante a disciplina de Gestão Ambiental foi proposta a atividade de construção de plano de monitoramento ambiental, em uma comunidade. O grupo escolheu a comunidade de Gameleira de João Dourado, levando em consideração o fato de alguns membros da equipe já conhecerem essa comunidade.
A comunidade localiza-se a seis quilômetros da cidade de João Dourado, possui uma população de 6.000 habitantes aproximadamente, e possui atividades produtivas voltadas para a agricultura de sequeiro (feijão, milho, mamona), criação de gado e pequenos animais (galinha, porco, caprinos) para a subsistência familiar. Mas o que tem se destacado nos últimos anos é a agricultura irrigada com o cultivo de olerículas.
Essa comunidade dispõe de uma Unidade de Saúde, uma escola municipal e uma creche, uma escola infantil particular e várias igrejas (presbiterianas, católica, pentecostais).
O presente diagnóstico teve como objetivo principal identificar os impactos ambientais de uma área composta por tanques, cacimbas (conhecidas por “As Fontes”), em estado avançado de degradação ambiental. Foram identificados os principais problemas ambientais tais como: Grande quantidade de lixo depositado nessa região, queimadas, desmatamento (retirada da vegetação para produção de lenha), aterros de alguns tanques, ponto de encontro de usuários de drogas e de prostituição e povoamento as margens dessa área.
Os principais fatores que influenciaram no agravamento dos problemas ambientais foram: Falta de fiscalização, falta de interesse por parte do poder público em preservar essa área, falta de mobilização e organização dos moradores, falta de conscientização a cerca da conservação e inexistência de cursos de capacitação com ênfase em educação ambiental no município.
Essa área, depois de revitalizada, poderia ser utilizada como ponto turístico, lazer e cultura (gerando emprego e renda para a comunidade), além de servir como espaço para realização de aulas de campo das escolas do município. Sugeriu-se para um trabalho posterior a identificação e catalogação de espécies vegetais, inclusive as espécies com potencialidades econômicas.
Outro problema ambiental que se destaca nessa comunidade é a questão da utilização inadequada de agrotóxicos e descarte de embalagens vazias de agrotóxicos em locais impróprios. O município não dispõe de um programa de educação ambiental voltado para capacitação e conscientização dos irrigantes e dos trabalhadores da irrigação. Ou seja falta educação e falta fiscalização para que a legislação ambiental seja cumprida.
Associada ao aumento da irrigação na última década está o desmatamento. Na comunidade de Gameleira é possível verificar a quantidade pequena de vegetação nativa de caatinga.
Diante do exposto conclui-se que essa comunidade assim como todo o município de João Dourado necessita de intervenções urgentes para mitigação dos impactos ambientais negativos e melhoria da qualidade de vida da sua população.

Fotos de Campo:





sexta-feira, 16 de novembro de 2012


Após as primeiras chuvas do mês de novembro que cairam na serra de Uíbai já se pode notar a grande diferença da exuberante flora que esta serra possui. É incrível como a Serra de Uibaí se transforma após poucas chuvas. Desde criança em dias chuvosos eu ficava da janela da minha casa a imaginar como podes a natureza ser tão bondosa e propiciar a paisagem que só quem mora no pé de serra pode imaginar e descrever.
Galera desde já vocês estão convidados a ver a "metarmoforse" da Serra de Uibaí o que eu posso adiantar é que isso é simplesmente Lindoooooo...Aguardo a visita de todos novamente. Na foto dá pra ver como a transformação após as primeiras chuvas é coisa só mesmo do Sertão.

Por Marta Ribeiro Sena

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Educação ambiental: ensino e prática


Por Elení Couto
A preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida tornaram-se algo cotidiano. Isto significa que, as pessoas falam e ouvem falar sobre questões de degradação e conservação ambiental, no entanto, a preocupação fica restrita a falácias que demonstram este modismo com que o meio ambiente vem sendo tratado, ou seja, acontecem muitos movimentos em prol da preservação do ambiente (salve o verde! respeite a natureza! etc.), porém no que diz respeito as ações efetivas, os resultados obtidos  ainda são pequenos.
Neste sentido, a educação ambiental trabalhada nas escolas deve ir para além de explicar como funcionam os ciclos naturais, ou comemorar o Dia da Árvore, proporcionando reflexões que possibilitem o conhecimento e a compreensão do meio ambiente, assim como à resolução dos seus problemas.
“... é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos. Comportamentos “ambientalmente corretos” serão aprendidos na prática do dia-a-dia na escola... ”(PCN, Meio Ambiente e Saúde, 2001.p. 29)

Faz-se necessário a aproximação dos conteúdos com a vivência de cada aluno, valorizando o saber destes, de maneira que conheçam o ambiente em que estão inseridos, pois o trabalho com a educação ambiental deve adaptar-se às características culturais da população no que tange ao processo educativo, portanto ela não deve se limitar somente a questões macro, de realidades distantes, mas impreterivelmente e com urgência precisa ser vista de maneira micro, fazendo com que os sujeitos se relacionem com a natureza e compreendam que:
 “... nós não nos relacionamos com a natureza apenas como indivíduos, mas principalmente por meio do trabalho e de outras práticas sociais e que, portanto as relações de todos nós com ela têm dimensões econômicas, políticas e éticas.” (ZEPPONE, Rosimeire M. Orlando)

De acordo com esta afirmativa, a Educação Ambiental deixa de ser concebida apenas em seu aspecto ecológico, considerando o elemento humano e os fatores que interferem em suas relações com o meio ambiente. Como por exemplo, as leis do mercado que comandam a economia capitalista, isto significa que depredar ou contaminar a natureza supõem um benefício econômico para o responsável. Quando um processo econômico pode apropriar-se da natureza sem ter que pagar um preço por isso, então terá vantagens econômicas. O mesmo ocorre quando se contamina, já que se evita os custos de tratamento dos afluentes. Por último, quanto mais rápido é o ciclo de rotação do capital, maior é o lucro, daí que os curtos ciclos de vida das mercadorias aumentam enormemente os resíduos.
Dentro disto, a educação precisa abordar as complexas relações de interdependência entre os diversos elementos da natureza e da sociedade, significa que precisamos abordar, por exemplo, indústria, miséria, desenvolvimento, e como esses elementos interferem na realidade dos sujeitos
Portanto se faz necessário aproximar a escola do mundo do trabalho e da cidadania e da comunidade, para que essa não seja vista e tida como uma prisão fechada em si mesma.

Referências:

FREIRE, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001;

Mundo Jovem um jornal de idéia. Até quando a terra agüenta este tipo de desenvolvimento? Porto Alegre, p.12 – 13, 2007;

ZEPPONE, Rosemeire M. Orlando. Educação Ambiental: Teoria e Práticas Escolares. Araraquara: JM, 1999;

Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente: saúde/ Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: A Secretaria, 2001.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Comissão Pastoral da Terra - Regional Bahia INB/BA



E no mesmo site da CPT - Bahia foi publicado mais um "vazamento nuclear" no estado, segundo o artigo acidentes desse tipo tem sido recorrentes.

Por Liziane Vasconcelos.





Novo vazamento paralisa as atividades da INB
Por Gilmar Ferreira dos Santos

Desta vez um tanque que estoca 100 mil litros de ácido sulfúrico vazou. Em menos de um mês, quando mais de quatrocentos quilos de urânio vazou, no dia 18/10, em Caetité- BA, um outro acidente nas Indústrias Nucleares Brasileira – Unidade de Concentrado de Urânio (INB-URA) põe em risco a saúde dos trabalhadores e da população. O vazamento, desta vez, aconteceu na última sexta-feira, 02/11, e foi bem maior do que os que geralmente ocorrem.

Os operadores estavam fazendo a drenagem do ácido para uma das bacias que estocam licor de urânio. A tubulação furou e com as chuvas a contenção transbordou levando ácido sulfúrico para o reservatório de água pluvial.  O sistema de drenagem de água de chuva da INB é falho, o reservatório é pequeno e quando chove geralmente transborda para o meio ambiente.

Em outubro de 2009 ocorreu o vazamento de solvente carregado de urânio para este mesmo reservatório que transbordou levando a contaminação para o meio ambiente e toda área abaixo da planta química da INB – URA. Mesmo sendo um acidente de grandes proporções o coordenador de Produção da URA, em entrevista ao Jornal BA TV, transmitido pela TV Bahia, disse ter vazado 500 litro de querosene. Na verdade foram 30 mil litros de licor de urânio para as células da área 160 e posteriormente um volume proporcional de solvente carregado com urânio vazou para o meio ambiente.
Um dos questionamentos que se tem feito é se as pessoas das comunidades vizinhas são alertadas quanto à possibilidade de serem atingidas pelos vazamentos frequentes da INB.

Os vazamentos de ácido sulfúrico são corriqueiros nas INB – URA e há muito tempo os operadores se queixam. O risco à saúde e segurança das pessoas que ali trabalham são grandes, as tubulações que transportam o ácido são todas velhas e enferrujadas, nunca foram trocadas, e quando vaza a INB troca somente o pedaço do tubo que furou.

Comissão Pastoral da Terra - Regional Bahia e o Rio Verde - Itaguaçu


Prezados colegas,

Segue o link do site da Comissão Pastoral da Terra - Regional Bahia, com relatos sobre a o Rio Verde em Itaguaçu.

Por Liziane Vasconcelos.





Conflito por água em tempos de seca
Relato das visitas às comunidades ribeirinhas do rio Verde escrito por Samuel Britto Hamilton Luz

 A realidade da seca na região Nordeste tem sido pautada em vários veículos de comunicação, e tem sensibilizado setores da sociedade brasileira em relação aos desmandos dos governos frente a esta realidade. No Médio São Francisco não é diferente, parcela significativa deste território encontra-se sob o domínio do Semiárido Brasileiro – SAB, e foi no município de Itaguaçu da Bahia, às margens do rio Verde encravado nas Caatingas baianas, que foi feita uma visita para levantar alguns dos problemas de comunidades ribeirinhas, que têm sofrido com o período de estiagem.

No fim do mês de outubro (30), agentes da Comissão Pastoral da Terra, representantes do Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas da Bahia – CETA, representantes da comunidade Quilombola de Barreiro e representantes do Assentamento Maquiné visitaram um trecho do rio Verde no município de Itaguaçu da Bahia. Tanto a comunidade Quilombola de Barreiro, com 380 famílias, como os moradores do Assentamento Maquiné, com 16 famílias (eram 20 famílias, mas quatro abandonaram o assentamento por causa da seca), dependem deste rio para sobreviverem: uso da água para beber, doméstico, agricultura, dessedentação animal, pesca, lazer.

Contudo percebe-se que este rio não é mais o mesmo de antigamente, como relata alguns moradores. “Vim para a região por conta da água do rio Verde. Hoje não posso mais contar com o rio para matar a minha sede e a dos animais, que estão morrendo sem água”, conta Alberto.  Outros afirmam que “o rio deixou de ser perene após a construção da Barragem de Mirorós”, construída na década de 80, com o objetivo de abastecer a cidade de Irecê e o Perímetro Irrigado de Mirorós, administrado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba-CODEVASF. Fato é que há anos o rio não corre mais como antes e o seu leito, em grande parte, virou só areia e pedras.

Ao longo do trecho visitado, a pouca água que se viu brota de inúmeras nascentes difusas na margem da estrada, que formam um riacho que segue perene por cerca de 30 Km. A água que tem sido utilizada pela população há algum tempo vem da “Operação Pipa” do Exército Brasileiro, que tem sido responsável por abastecer as cisternas. Na comunidade de Barreiro desde que as cisternas foram construídas nunca foram abastecidas por água das chuvas. Algumas áreas que foram preparadas para o plantio em outubro de 2011 estão até hoje sem serem plantadas, devido a falta de chuvas.

Outra atividade, demandante da água da região é o lazer, que vem se dando em alguns balneários, construídos ao longo das Áreas de Preservação Permanente-APPs do rio Verde, e que são frequentados por milhares de pessoas da microrregião de Irecê, ao longo do ano, onde a pouca água que corre é represada para garantir o banho dos turistas que frequentam estes locais.

Diante deste cenário o que se vê é um típico caso de Conflito pelo Uso da Água, que na região se configura em um conflito de múltiplos usos, pois envolve várias atividades humanas: o lazer, o uso humano, a dessedentação animal, a agricultura, a pesca. Portanto, a situação do rio Verde, neste trecho visitado, e em especial, a situação da população Ribeirinha que utiliza das suas (poucas) águas é de intensa gravidade. Situação parecida vive outros rios intermitentes da região Nordeste, que no Médio São Francisco, destacam-se os rios Paramirim e Santo Onofre, que carecem de atenção dos governos Estadual e Federal para garantir a sua revitalização, ou minimamente a sua perenização.

As comunidades clamam por providências e vivem angustiadas diante de tal penúria, e percebem que o melhor a fazer é se organizarem. Providências precisam ser tomadas. O poder local, os governos Estadual e Federal têm a obrigação de dar respostas a estas comunidades que sofrem. O Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Verde Jacaré também pode fazer mais e deve ser um instrumento gestor das demandas da população ribeirinha que depende essencialmente deste rio para sobreviver.

Estudos sérios precisam ser feitos para levantar as reais causas de degradação destes rios, bem como indicar soluções para os problemas da população local. O desafio é garantir a vida destas comunidades frente ao eminente risco de acirramento dos conflitos pela água, que em tempos de seca ganham novos contornos e tendem a se agudizarem.

Samuel Britto é engenheiro agrônomo e articulador do Projeto São Francisco (CPP/CPT) na região do Médio São Francisco.
Hamilton Luz é educador popular e agente da Comissão Pastoral da Terra do Centro Oeste da Bahia – Núcleo de Barra.